Resumo :
No dicionário, o estilo é considerado em 4 níveis:
- A forma de expressar os pensamentos.- O conjunto de características de uma obra de arte de uma época (estilo coríntio, barroco… estilo renascentista, Segundo Império…)
- Lingüística: nível de linguagem, de um texto (literário, de pesquisa, etc.)
- Modo de comportamento, estilo de vida, geração.
Quando falamos sobre o estilo de um bule, ele pode ser considerado igual em todas essas formas.
- A forma de expressar o pensamento: um bule pode evocar um sentimento, uma memória, uma emoção que lhe confere o estilo que lhe atribuímos através deste filtro. Pode ser romântico, retrô, divertido, muito pequeno, muito grande (dependendo sempre do que sentimos ao vê-lo, ao usá-lo) o julgamento é parcialmente subjetivo, pois é influenciado pelo gosto e pelo sentimento.
- O conjunto de características de uma obra de arte de uma época. Aqui sabemos que será rara, senão nula, a oportunidade de ter um trabalho de época, mas podemos falar de estilo para nos referirmos a ele: Um bule vintage significa “antiquado” ou estilo clássico geralmente dos anos 1930-1970 . Um retro referir-se-á antes a algo que pertence ao passado, à primeira metade do século XX. Art Déco remeterá aos anos 1910-1920 (simetria, formas sobrepostas, linhas complexas, curvas aerodinâmicas, ouro, prata, requinte). O estilo evocará o barroco quando o conceito for surpreender, comover: ornamentos excêntricos, bizarros, livres e inesperados. Contraste e brinque com a luz. O Rococó é um estilo sobrecarregado, frívolo, com formas e temas que agradam aos sentidos, sua origem é o Barroco. E então o estilo kitsch é caracterizado pelo desejo de se afastar de elementos antiquados e até de mau gosto. O estilo tradicional é o que passou para o uso de uma cultura, onde há tradição, há uma referência cultural (chinesa, japonesa, europeia, ocidental, americana, etc.) Mas aqui novamente a referência é subjetiva, baseia-se sobretudo na ideia e representação que temos sobre esta ou aquela tradição cultural, a menos que estejamos diretamente envolvidos.
- Lingüística: A descrição será lúdica, ou trabalhosa, ou evasiva, ou técnica…
- Estilo de vida: Este talvez seja o mais interessante, gostamos de estar em família? Com amigos ? Ou ficar sozinho? Gostamos de ter tudo o que precisamos em todos os lugares ou apenas em casa depois do trabalho? Gostamos de um chá aromatizado ou de qualquer chá? É para nós uma cerimónia, um momento de relaxamento como um meditação? Ou é apenas um momento automático entre duas ações? Buscamos a praticidade, ou gostamos das coisas bonitas, do refinado? Ou o autêntico, o rústico? Tantas perguntas que você pode se fazer ao escolher um bule de chá. Ou pelo menos quando decidimos escolher um bule em vez de comprá-lo no supermercado e dizer a nós mesmos que funcionaria de qualquer maneira.
O estilo é subjetivo, cada um coloca a sua conotação, o seu juízo de valor. O estilo não é um estado científico confiável e definitivo, é apenas mais um dado que nos permite posicionar-nos nas nossas representações. Ter estilo não é ser banal, é desafiar, provocar questionamentos.